June e John: Escuridão e o Labirinto da Obsessão | Cinema
- circuitogeral
- há 1 dia
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Brilha, não como farol, mas como fósforo
June e John: Escuridão e o Labirinto da Obsessão | Cinema
John caminha. Ele caminha entre sombras que parecem sempre a mesma, mas nunca iguais. A luz que o guia tem nome: June. E ela brilha, não como farol, mas como fósforo — acende, queima, desaparece.
Luc Besson observa. Ele não conduz, apenas deixa que as coisas aconteçam diante da câmera. Tudo parece acontecer por acaso, embora cada gesto soe ensaiado, repetido, ecoando de um lugar que talvez nunca tenha existido.
June sorri. É um sorriso que não diz nada, mas implica tudo. John tenta decifrá-lo, mas quanto mais se aproxima, mais distante fica. É a busca que o move, ou é o abismo?
A beleza está no tédio. O tédio está na beleza. A narrativa gira, gira, e quando para, está no mesmo ponto — ou talvez em outro muito parecido.
Há reviravoltas, sim. Mas são silenciosas, como portas que se fecham sem vento. Há surpresas, mas não gritam — cochicham no escuro.
“June e John” não quer ser compreendido. Ele apenas existe, como um sonho do qual se acorda sem lembrar o final, mas com uma estranha sensação de ter estado em casa.
Você costuma gostar de filmes assim mais atmosféricos ou prefere enredos mais objetivos?

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